
Os alimentos ultraprocessados passam por várias etapas industriais e contêm ingredientes como conservantes, emulsificantes, estabilizadores, adoçantes artificiais e corantes. Exemplos comuns incluem biscoitos recheados, refrigerantes, sucos de caixinha, salgadinhos, embutidos, massas instantâneas e cereais matinais. O grande problema não é apenas a alta carga calórica desses alimentos, mas também o impacto negativo que eles têm sobre o corpo e a mente ao longo do tempo. Neste artigo, com a ajuda do nutrólogo e endocrinologista Dr. Gustavo de Oliveira, vamos explorar os quatro principais efeitos dos alimentos ultraprocessados na saúde.
Alimentos ultraprocessados são carregados de açúcares refinados, gorduras saturadas e aditivos químicos, componentes que estimulam a inflamação crônica no organismo. Embora a inflamação seja uma resposta natural do corpo a lesões e infecções, quando ela se torna crônica, pode desencadear ou agravar distúrbios mentais como a depressão. Isso ocorre porque a inflamação prolongada pode alterar a função do sistema nervoso, influenciando negativamente o estado emocional e cognitivo.
O conceito do “eixo intestino-cérebro” ilustra a conexão entre o sistema digestivo e o sistema nervoso central. O que ingerimos tem grande influência nesse diálogo. Dietas ricas em alimentos ultraprocessados afetam negativamente a microbiota intestinal, prejudicando a diversidade de bactérias benéficas. Essa diminuição da diversidade bacteriana pode, por sua vez, afetar o equilíbrio químico e emocional do cérebro, contribuindo para o desenvolvimento de distúrbios como ansiedade e depressão.
Alimentos ricos em açúcares refinados, como refrigerantes e biscoitos recheados, podem causar picos rápidos nos níveis de glicose no sangue, seguidos de quedas abruptas. Esses altos e baixos podem afetar não só a energia física, mas também o humor. Após o consumo de alimentos ricos em açúcar, é comum experimentar uma sensação temporária de prazer ou euforia, que logo dá lugar à fadiga, irritabilidade e até dificuldade de concentração quando o nível de glicose cai. Essas oscilações frequentes podem ser um fator importante na instabilidade emocional.
Alimentos ultraprocessados são geralmente pobres em nutrientes essenciais como vitaminas do complexo B, magnésio, ferro e ácidos graxos ômega-3, substâncias fundamentais para o bom funcionamento do cérebro. A deficiência desses nutrientes pode prejudicar a produção de neurotransmissores essenciais, que regulam funções cerebrais como o humor, a memória e a concentração. Isso pode aumentar o risco de distúrbios psiquiátricos, como a depressão, além de afetar a capacidade de lidar com o estresse.
Redação